Vamos começar com a polêmica pergunta: o que é arte?
Podemos discorrer sobre gostos, concordar, discordar ou concordar em discordar.
Dependendo da vertente teórica escolhida existe, sim, uma definição para arte. Comumente a definição mais aceita é que a arte é uma “forma de expressão do ser humano”.
Eu prefiro ir um pouco mais além e pensar na arte para além da obra, no contexto de processo criativo, pois este possibilita muito mais profundidade. Sua causa e seu efeito. Mas o que isso quer dizer? A causa seria o motivo de ser criada a obra, a motivação, que nem sempre conversa com o efeito gerado em quem a vê.
A obra de arte seria então uma forma de expressão com significado intrínseco. Por ser expresso em formato estético, não há como uma obra ser desprovida de significado, mesmo a falta de significado significa.
Falando tanto em Significar, entramos então no campo de Signos(latim) ou Simbolos(grego). Ambas palavras representam, no contexto artístico, sempre algo que representa outra coisa. Normalmente um símbolo atua semioticamente pela associação de signos universais ou regionais, como por exemplo, a cruz é um símbolo universal representando a igreja católica. Já para regional, são símbolos que conversam com o receptor de um grupo ou regionalidade específica que entende o significado do signo em questão.
Por isso a arte tem sua causa e efeito, e símbolos e signos podem ter significados diferentes quando apresentados para pessoas distintas de realidades díspares.
Entretanto, o inconsciente coletivo trabalha de maneiras que o ser humano tem, mesmo independente do contexto social, leituras muito próximas de elementos visuais. Para explicar o inconsciente coletivo trago o autor que melhor traduz, segundo a minha visão, esse fenômeno: Carl Jung. "A Arte é um produto genuinamente humano, produzido e compartilhado apenas em nossa espécie, e portanto tem características específicas da nossa natureza, que, nos diferenciando de todos os demais seres biológicos, permite um sentimento igualmente único: o prazer estético.” Filipe Salles, 2019.
Toda esta introdução serve para começar a pensar nas obras como objetos visuais significantes, que tem como objetivo causar impacto para além de beleza através de elementos que ajudam a criar um ambiente que conte uma história. Pois a estética nada mais é do que uma especialidade filosófica que busca compreender as emoções e ideias que são despertados ao observar uma obra de arte, estuda o conceito do belo (que fica para um próximo post).
Enfim, perguntei no meu Instagram a pergunta inicial "O que é arte?", e as respostas foram as seguintes:

Jung, C. G. Relação as psicologia analítica com a obra de arte poética (1922). In: O espírito na arte e na ciência. 3ªed. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 54-72.
Salles, Filipe. O Processo Criativo da Arte: uma abordagem Junguiana. 2019
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